14/11/06

Uma linha de horizonte


O meu catolicismo é algo do domínio do ontológico. Está lá, esteve sempre e tão parte daquilo que sou como um qualquer traço de carácter. Teria sempre enormes dificuldades em defini-lo, ou em precisar as doses de fé ou de cultura de que o meu catolicismo é feito. Por vezes reconheço-o na rejeição ou crítica que alguns dogmas, doutrinas ou práticas me provocam, tanto quanto me identifico com a sua essência humanista e tradição de universalidade, regozijo-me com a sua tradição teológica ou mesmo artística, e os tantos exemplos de santos (canonizados ou anónimos) que se destacaram pela forma como viveram a sua fé nunca deixam de me tocar profundamente, sinto o divino numa música ou ao contemplar uma linha de horizonte. Nunca sei muito bem se sou mais “Ratzinger” ou “Almodôvar”, “Hans Küng”ou “Santa Teresa de Ávila”, “Madre Teresa de Calcutá” ou “S. Francisco de Assis”. No entanto, e apesar dessa minha constante incapacidade de uma exacta definição vou sempre seguindo com alguma atenção o que o Vaticano nos vai dando a saber. Hoje é o anúncio de uma reunião na próxima quinta-feira para debater as questões relacionadas com a ordenação de homens casados e do celibato dos padres.


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