27/10/08

Praxes e Praxis

Há umas semanas que se ouvem e lêem rumores sobre as praxes académicas, hoje o que li aqui leva-me a esta breve reflexão. Nunca percebi estas praxes, a sua necessidade e a desculpa que usam, para justificar tanta estupidez e animalidade, de dizerem que era tradição. Também era tradição queimar hereges, chicotear gente, era tradição a pena de morte, a escravatura. Também era tradição ler à luz da vela, não mandar sms e não usar computadores nem fazer filmes para o youtube. Não há argumento que me faça ver como bons estes comportamentos e estas praxes feitas de irracionalidade num auge da estupidez humana, e de excesso premeditado e delineado em grupo. O excesso para ser “simpático” (partindo do principio que há consentimento e que ninguém é lesado, claro) tem que ser espontâneo, feito no calor do momento, algo que na altura parece ser impossível de conter, senão o excesso rapidamente toma a dimensão do abuso, da violentação, da violação. Realmente não entendo que meio é esse o da nossa academia (a inteligenzia nacional) que olha com complacência estes abusos e violências e se permite tanta estupidez humana. Se é assim nas casas do saber, das “elites” como será num meio popular, perguntamo-nos. Creio que a Lei deve ser implacável, e que o tempo da complacência e do fechar de olhos e encolher de ombros “são jovens” deveria acabar. Há tantas maneiras de fazer praxes, há tantas formas de divertir que não percebo o porquê deste retrocesso civilizacional que todos os anos acontece no início do ano lectivo académico.

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