09/09/09

O Preço da Compaixão

Enquanto que por cá se debate e se debatem os debates e se espera pelos debates, algo de verdadeiramente bizarro se passa noutro canto no mundo. Desta vez em África, Primeiros-ministros africanos reunidos para celebrar o 10º aniversário da União Africana, aplaudem Megrahi que em 1988 fez explodir o voo da Pam Am sobre Lokerbie matando 270 pessoas. Os escoceses libertaram-no por uma questão de compaixão. Ele é recebido na Líbia como um herói e é aplaudido por solidariedade. Solidariedade porquê? Por ter cometido um acto terrorista em que matou 270 pessoas inocentes? O mundo está perigoso. Nada que realmente nos devesse surpreender. Só quem teima em não ver os sinais pode fingir espanto, pois eles andam por aí, e não faltam exemplos como a recente polémica em França dos “burkinis” e seu acesso (ou não) às piscinas municipais. É só uma questão de não querer fechar os olhos e de não olhar para o lado. O pior, e o que mais nos ameaça, é ter que medir o preço da compaixão (um valor que tem o seu lugar na nossa sociedade) pois pode começar a ser demasiado elevado.
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