03/09/07

A Espuma dos Dias que foram 2

Lembro-me de durante as férias ter ouvido falar de:

Luta interna no BCP. Confesso que prestei pouca atenção a estes episódios finais, mas não sei porquê fiquei a admirar mais Belmiro de Azevedo e reforcei a minha convicção de que ele é o que mais próximo existe em Portugal de um verdadeiro empresário, independente do regime, do centrão e muitas vezes até apesar de e contra o Estado. Não gostei desta novela BCP, talvez por ser um espelho demasiado fiel da nossa realidade/mentalidade portuguesa.

Entrega de computadores pela mão do Primeiro-ministro algures aqui no nosso país. A notícia provoca náusea pela falta de imaginação deste enredo e consequente previsibilidade; pelo simbolismo bacoco, paternalista e provinciano do gesto (no Estado Novo fazia-se melhor?) que a repetição expõe sem dó. Revolta por nos tomarem por parvos.

Deboche. Apurei o ouvido, interessei-me, fiz uma nota mental para posteriormente tentar perceber do que se tratava. Assim fiz e a desilusão foi total. Nem com “deboche” Portugal aquece.

Eduardo Prado Coelho. Lia às vezes as suas crónicas que ora me irritavam (a grande parte das vezes), com o seu exibicionismo intelectual as inúmeras citações, as frases incompreensíveis, o preconceito e o azedume, ora me divertiam com o seu olhar particular sobre o mundo, o humor, a ironia, a bonomia e a sua, tantas vezes, boa escrita. Era culto e gostava de exibir a sua cultura. Era uma figura presente e agora é ausente. A doença, nossa e dos outros, ameniza-nos porque sabemos que perante ela todos estamos desprotegidos e sós. E sós deixamos este mundo.

Red Bull Air Race. Tenho pena de não ter visto. Teria tido a sua dose de emoção, estou certa.

Furação Dean e portugueses de férias nas Caraíbas. Voltarei em breve a este assunto.

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