16/04/10


Ontem tive muito mais sorte do que Cavaco Silva. Ele ouviu estas declarações (certeiras e justas, mas tão incómodas) do presidente Checo até ao fim, não pode escapar, fazer de conta ou assobiar. Esboçou um sorriso e usou da sua melhor diplomacia na resposta, até distraiu os interlocutores lembrando a Irlanda. Eu, igualmente envergonhada, pude mudar de canal, Cavaco Silva não.

E ao mudar parei uns breves momentos na BBC World News onde estava a decorrer o primeiro debate entre os três candidatos a Primeiro-ministro do Reino Unido, num modelo do tipo “Question Time”. Gordon Brown era o mais crispado, David Cameron o mais confiante e Nick Clegg o mais eloquente e agressivo. Ouvi-os sobre a educação. Discutiam Educação; o discurso de Cameron e Clegg era claro: mais disciplina na escola, reforço da autoridade do professor, (um deles referiu que hoje na escola há a situação de os professores serem tratados como crianças e os alunos como adultos), centrar a actividade do professor no ensino, programas lectivos simples e claros, liberdade das escolas e, no fim, um reparo acerca da necessidade do regresso uma maior independência (face ao Estado e aos governos, claro) das instituições avaliadoras. Brown, que nunca rejeitou estas ideias, mas adoptou uma posição mais defensiva, viu-se obrigado a focar o seu discurso na necessidade de a escola servir toda a população. Como eu gostava de ouvir estes tópicos na boca dos nossos candidatos a Primeiro-ministro.


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