Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (...) E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
28/11/12
27/11/12
Com mais ou menos folclore: as declarações de voto, as incertezas de Victor Gaspar, o facto é que os dados estão lançados. Agora é só esperar.
Numa das suas habituais prelecções, neste caso até foi uma prelecção dominical, Passos Coelho, assumindo o já conhecido ar de superior entendimento, lança as suas habituais banalidades: numa delas até começa com esse exemplo de fino estilo e pensamento “posso bem com...” – um pré-adolescente não diria melhor - enquanto que na outra, e num acto de suprema condescendência, diz "confio muito na inteligência dos portugueses". Sorte a sua, digo eu incapaz de retribuir o cumprimento.
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23/11/12
22/11/12
Dando Excessivamente Sobre o Mar (Edição Especial)
As Idades do Mar, a exposição temporária da Gulbenkian é para ver e rever. Só é preciso gostar de pintura, mas se se gosta de pintura e de mar, o feitiço funciona e ficamos ali quedos e mudos a olhar. A estrutura e organização da exposição é muito bem conseguida e, desde o momento em que se entra, percebemos que não faltarão quadros marcantes para ver e prolongar o nosso prazer.
A contrastar com a qualidade da exposição (dos quadros) estão os textos que introduzem os diferentes temas, ou seja, as diferentes “Idades do Mar” e que deveriam guiar o espectador e funcionar como um prelúdio ao momento que se segue, isto é, aos quadros que se vão ver e que cabem nesse tema. Quem escreve os textos deveria fazê-lo a pensar no esclarecimento do público, que será sem dúvida um público heterogéneo; idades diferentes e níveis quer de escolaridade quer culturais diferentes. Isso seria tão simples que a tentação de complicar tudo foi irresistível, e os excertos dos textos que aqui deixo (há mais exemplos, é só darem-se ao trabalho de seguir o link e ler tudo), deixam-me siderada:
Quem escreveu os textos fez uma opção clara: os textos, não serão funcionais, não cumprirão a sua missão de esclarecimento, de iluminação, não serão um prelúdio convidativo ao que se vai ver. Quem escreveu os textos (e quem os divulga), decidiu não ser compreendido pelo público em geral. Talvez tenham tentado produzir objectos de arte que competissem com os quadros... mas finalmente o resultado não foi além de uns textos que são exemplos de soberba e de arrogância intelectual dignas de figurar num manual de ilustração de como não se deve escrever para um público que apenas procura nesses textos, um esclarecimento, um motivo. Nestas ocasiões lembro os anglo-saxões e o quanto prezam a clareza, e lembro também esta máxima da arte de bem escrever do Economist:
A frase é tão boa que não preciso dizer mais nada.
Entretanto vou ali num instante "procurar com melancolia as matrizes dos tempos primeiros e perfeitos". Espero sinceramente não me "convulsionar em visões turbulentas, feitas de emoção, sentimento e vertigem". Desejem-me boa sorte.
21/11/12
Argo
Queria ir ao cinema, mas não me apetecia ver nada, o receio de sair desiludida sobrepõe-se tantas vezes a essa vontade e, lamentavelmente condiciona a minha escolha. Tenho medo das comédias, receio a violência gratuita, cansam-me as explosões e fugas, fujo dos excessos depressivos ou doentios, evito os filmes infantis e as lamechices dão-me pele de galinha. Por vezes chego a este impasse e fico sem saber o que escolher, mas o gosto que tenho pelo cinema acaba, e bem, por vencer as esquisitices. Há uns dias nesta situação escolhi “Argo” de Ben Affleck, pois se pouco me convence como actor, surpreendeu-me positivamente como realizador em “A Cidade”.
Argo conta uma história que nos remete para factos históricos de que nos lembramos ou ouvimos falar, mas centra-se num episódio cujos contornos desconhecíamos, e é esse o segredo do filme. Por causa desse conhecimento prévio, no minuto zero o suspense está instalado, para nosso (espectador) benefício e desassossego, e é esse o jogo inteligente de que o realizador que se serve; nós lembramos e sabemos ‘o contexto’, mas desconhecermos exactamente ‘como foi’. Essa cumplicidade resulta, e o filme cumpre a sua missão. No entanto é impossível não dar nota negativa ao facto de o realizador não ter sabido resistir à tentação fácil e hollywoodesca de nos últimos 15/20 minutos ter deixado o filme resvalar para uma banalíssima linguagem de filme de acção e suspense de segunda categoria: o suspense deixa de ser contido e ultrapassa os limites em que a credibilidade do filme - construída com solidez apesar de algumas notas mais caricatas e de duas divertidas personagens - assenta.
09/11/12
Reféns
Só hoje me apercebi da dimensão que o caso “Isabel Jonet” tinha atingido, na comunicação social (jornais e televisão) bem como nos blogues. Eis a minha modesta contribuição:
Cara Isabel Jonet, esteja tranquila porque, apesar do seu ataque agudo de parvoíce, continuarei a contribuir, tanto quanto posso e com a maior vontade e alegria, para o Banco Alimentar.
Há no ar um cheiro a inveja que sempre detecto nestes momentos aos quais as agendas mediáticas têm dado amplo espaço e potenciado o eco. Ter sucesso (ou gerir projectos com sucesso) em Portugal tem sempre um custo elevado. Então se a Igreja Católica, de longe ou de perto está ligada a esse sucesso, as garras não se recolhem tão cedo. Lamentável o tempo que se perde com Isabel Jonet, até parece que nada de relevo acontece hoje no nosso país que mereça metade da atenção dos media, e até parece que não há debate político a fazer. Se calhar não...
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07/11/12
Diz Obama que o melhor está para vir. Será?
(…) (Obama) revelou que descobriu recentemente o “Gangnam style”, a música sensação da “pop” coreana. “Penso que sei dançar assim. Mas não sei se o baile de investidura será uma boa altura para me lançar [no “Gangnam style”]”, brincou o candidato democrata.
Dance with me, Senate Majority Leader Harry Reid (D-Nev.) said to Republicans.
(ahh, o prazer de escrever "Obama" e "Gangnam Style" num mesmo post).
(…) (Obama) revelou que descobriu recentemente o “Gangnam style”, a música sensação da “pop” coreana. “Penso que sei dançar assim. Mas não sei se o baile de investidura será uma boa altura para me lançar [no “Gangnam style”]”, brincou o candidato democrata.
Dance with me, Senate Majority Leader Harry Reid (D-Nev.) said to Republicans.
(ahh, o prazer de escrever "Obama" e "Gangnam Style" num mesmo post).
02/11/12
A Arte de Estar Com Deus e Com o Diabo
No entanto, e depois de ver o vídeo, constato sem nenhum espando a mentira a jorrar entre sorrisinhos forçados e o ar de falsa integridade da senhora, que repete a cassette obrigatória: claro que não, “we don’t want to look attractive”. Pergunto: why the hell make and buy a fashion magazine for the chic female market? Qualquer túnica escura cortada a direito e comprada na souk local serviria o propósito que é levado tão a sério de não querer ficar/ser atraente, não?
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