Miguel Relvas, uma espécie de Doppelgänger de Passos Coelho assegura-nos que o governo prepara fórmulas (o fumo a sair dos tanques pensantes) quer para o crescimento da economia quer para combater o desemprego. Passos Coelho dá logo uma ajuda repetindo o que já outros membros do governo tinham sugerido: emigrar. Parece uma boa solução: não sei se ajuda o crescimento, mas ajuda muito o desemprego e sobretudo ajuda muito os governantes incompetentes. Com um eleitorado menos insatisfeito e com o desemprego reduzido, a necessidade de fazer política séria e justa, de ter uma visão do futuro e de fazer as tão necessárias, tão anunciadas, tão prometidas mas tão temidas (pelos políticos, claro) reformas, é menos notória e quaisquer medidas periodicamente anunciadas em telejornais iludem eleitores e até passam por ‘reformas’.
Realmente mal se percebe a ideia de um governo que reitera a sugestão da emigração e pergunto-me se nunca terá passado pela cabeça de alguns dos membros deste governo que os portugueses, mesmo desempregados e insatisfeitos, nascidos e criados em Portugal queiram, melhor ou pior, continuar a sua vida em Portugal? Que há de errado nisso? Presumo que a emigração não passe a ser obrigatória nem para os desempregados nem tão pouco para os insatisfeitos. Quanto mais não seja (é só fazer contas) alguém tem que ficar para pagar os impostos.