11/12/11

A Europa (e Vasco Pulido Valente)

Acho que nunca citei com muita frequência Vasco Pulido Valente. Há algo no seu cepticismo sistémico e nada metódico e na sua constante falta de entusiasmo (alguém se lembra de ele algum dia ter louvado algo, ou alguém?) que por vezes me cansa o que me afasta um pouco do seu ‘pathos’. No entanto ele conhece a nossa história recente, escreve muito bem e é dono de um sentido de humor que aprecio o que me obriga a olhar para as suas crónicas, e ao fim da segunda linha já sei se a leio até ao fim ou não. Ontem e hoje não só as li como concordei com o que ele diz, e reproduzo aqui dois excertos: 

VPV Público de ontem. 

VPV Público de hoje. 

Hoje olho para a Europa política e mal reconheço. Em tempos de dúvida, incertezas, ou de guerra (com outras armas que não as bélicas), como há já quem o afirme, eu também sei de que lado estou e é do mesmo lado que VPV. Merkel e Sarkozy não me convencem com o proposta de tratado intergovernamental escrito nos escritórios de Bruxelas (ou Berlim?). A pouco e pouco, e de preferência sem notarmos (nós os europeus não alemães) nem protestarmos, a Alemanha afirma-se como ‘a’ potência europeia, impõe a sua vontade, ganha tempo e engana-se a si e aos parceiros europeus com medidas que são pouco mais do que cosméticas e de efeito a curto prazo, notando-se a total ausência (recusa) de visão sobre os problemas de fundo que a Europa enfrenta, (perda de competitividade, envelhecimento da população, insustentabilidade do estado social...) e que começam já a assombrar-nos, Alemanha incluida.

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