23/11/13

Cores de Outono 16

Minho

22/11/13


De manhã cedo, no carro, ligo o rádio e ouço uma música que diz coisas como,

suspiros de emoção prendem-me o respirar, para logo a seguir se superar com este: 


Ó meu Deus! Num dia normal nem ligaria, mas nesta manhã de nevoeiro em que os neurónios demoram a lubrificar, estes momentos poéticos agridem a minha sensibilidade, hoje fragilizada pelo cinzento e a morrinha. Não aguento tanto lirismo e mudo de estação à procura de alguma normalidade. Normalidade? Pois, só que ouço falar da 


O quê? Escadarias? Invasão? Assim como as Invasões Francesas ou a Invasão do Kuwait? Esta semiótica de luta política sob forma de invasão de escadarias, também me é difícil perceber numa manha de nevoeiro. Uma má escolha de palavras certamente. Desligo o rádio. Concentro-me no trânsito. Tento não pensar. Impossível. Como se não me bastassem as tuas asas abertas sobre o meu corpo nu, ainda me é impossível deixar de ver um filme mental de invasão de escadarias

21/11/13

Memórias

Depois da apresentação no Porto em que muitos amigos, colaboradores, ex-alunos marcaram presença, será feita a presentação em Lisboa, não sem antes ir a Trás-os-Montes, (Bragança, Vila real, Chaves) como convém.


É um livro que conta uma (pequena parte de) vida, mas ao olhar para trás reflecte-se a vida e na vida. Também se fala de Portugal, da arquitectura portuguesa, do que era Portugal nos meados do séc. XX, em particular, mas não só, nas terras do interior transmontano. Com a leveza e o humor de quem olha para trás com a satisfação de uma vida vivida, e a distância que a idade que já se tem impõe, contam-se histórias e mostram-se desenhos há muito guardados. Ao serviço da memória. E da vida.

Declaração de interesses: sim.

13/11/13

You Are Only Old Once

You Go David! 

As you say: “you are only old once”. Com o pequeno bónus de ter em casa uma mulher “mildly amused”. Quem sabe ela não se tenta.

09/11/13

Amanhecer 41

1/11/13

08/11/13


Em território de exaltação dos afectos, dos beijinhos que nunca se poupam em final de cada telefonema, de atenção aos complexos estados de alma, das amizades depressa construídas e depressa desfeitas, de cumplicidades que afinal não o são, de interesses comuns que só duram um dia, fica esquecida a emoção. Os dias parecem pequenos demais e deixam pouco tempo livre para realmente sentir. E o tempo que existe é ocupado numa versão pré-embalada de “ser feliz”, e sobretudo ocupado a perecê-lo e demonstrá-lo, que as redes sociais estão bem para o serviço desta ilusão. Uma espécie de consumismo da felicidade feita de sorrisos que raramente permite que se vá mais além da fotografia do telemóvel. O pior é quando se pausa, quando algo muda, quando falta alguém ou algo, quando uma luz mais fria mostra no espelho o que fica: o medo, a raiva, às vezes a empatia, a alegria, também o desespero, a tristeza, a angústia, ou a generosidade, a esperança. Quando saídos do nada irrompem vida dentro, é o espanto, ou então o desnorte, a aflição. 

Filipe Nunes Vicente, num registo original e diferente do dos seus livros, fotografa e analisa em algumas linhas aquilo que sobra. São pequenas coisas, tiques e manias, em que detecta tendências, novas expressões. Apaga os sorrisos fotogénicos, olha nos olhos e revela a emoção. Com o pretexto da análise dos comportamentos em tempo de crise, faz o Depressão Colectiva com sinceridade e com a emoção que vem dessa certeza de todos partilharmos o que nos faz humanos. E os leitores, em ou sem anonimato, respondem à provocação, ao apelo na mais sã caixa de comentários online. Se duvida, vá lá.

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