30/03/11

São Rosas, Senhor... 9

Vincent van Gogh
Basket of Pansies

Promessas


Eu sei que este discurso é já um lugar comum, mas isso não lhe tira um grama de mérito e da energia extraordinária que transmite seja em que circunstância for que se leia. Força e determinação face a um objectivo concreto e determinante para o bem comum futuro, são os traços fortes deste clássico onde não há complacência nem “beating about the bush”.

Se eu pudesse escolher, queria ter uma campanha eleitoral minimalista: um discurso de 15 minutos por cada candidato e 4 ou 5 páginas A4 (máximo) com as grandes linhas determinantes para a actuação do seu futuro governo, e os grandes objectivos a atingir, caso ganhassem eleições. Limitava também o número de promessas a uma só de contenção, evitando assim esse terreno político demagógico e pantanoso que é a “esperança”, o “optimismo”, a “luz ao fundo do túnel”, que tanto excita e tantas ondas de optimismo (e despesa, logo) gera, mal uma estatística sobe umas décimas percentuais. Neste momento em Portugal, nada se deveria prometer que não fosse uma versão actual do “sangue, suor e lágrimas”. É preciso que muitas estatísticas subam mais do que meros pontos percentuais de forma sustentada ao longo de prolongados períodos de tempo, para que se possa respirar. Respirar, nunca relaxar ou desistir da contenção, ou aumentar as despesas, ou começar a sonhar com “grandes projectos”.

Mas, em vez de minimalismos estamos condenados à realidade e à retórica de Sócrates vítima de tudo que não seja ele próprio, ou acção do seu governo. Estamos condenados às mentiras de Sócrates que lhe saem da boca com a segurança da verdade. Estamos condenados às suas promessas de crescimento, de revolução tecnológica, de simplex, de energias renováveis, como se houvesse dinheiro... Estamos condenados às manobras de Sócrates (e seus fieis seguidores) que já devem saber quem será o “Fernando Lima” desta campanha.

Passos Coelho parece também ceder à tentação da promessa. Para alem da promessa de “mais programas sociais” eu gostava de saber que garantias ele tem (deve ter, não?) de que é possível, fácil, alterar o QREN. Se Passos Coelho quer a “verdade das contas”, se quer contrapor a verdade á mentira de Sócrates tem que ser verdadeiro com os eleitores, e muito, muito mais parco nas promessas.

29/03/11


Também me perguntei o mesmo, mas parece que este Acordão do STJ disperta pouco interesse entre os temas destes dias: Lula da Silva, vitimização de José Sócrates, demissão, instabilidade, juros e Príncipe de Gales. É pena.

Para além do que Henrique Raposo diz aqui e aqui, convém também notar que Acordão do STJ parece deitar por terra as teorias conspirativas e as inúmeras cabalas de que o PS na altura tanto se queixava.


Parece que, afinal o juiz Rui Teixeira actuou da forma correcta.

27/03/11

Coisas que se Podem Fazer ao Domingo 59

Elizabeth Taylor (1932-2011)


Pensar no que virá depois.

Elizabeth Taylor

Quando a vejo em filmes como A Place in the Sun, Suddenly Last Summer (ambos ao lado de Montgomery Clift), Cat on a Hot Tin Roof (contracenando com Paul Newman) ou Who’s Afraid of Virgínia Woolf (com Richard Burton), não consigo tirar os olhos dela. O que a torna uma das mais belas mulheres de sempre não é só a cor dos seus olhos, ou o desenho da sua boca, é sobretudo o olhar, a presença, o magnetismo, a sensualidade de estar viva e ser vulnerável, o ser imensa.

Outra das coisas que mais admirava em Elizabeth Taylor foi o facto de ter sido sempre uma mãe assumida, que gostava da maternidade, numa época em que não era “moda” ser mãe e em que muitas actrizes não o assumiam. Tinha um corpo de mãe: um corpo de mulher madura que abraçava essa maturidade, um corpo lindo, com história e curvas, e não um corpo linear e teimosamente adolescente - o canon de hoje tenham as mulheres 20 ou 50 anos. O trabalho, o esforço, o dinheiro e o tempo que hoje as mulheres (e homens...) gastam a contrariar a passagem do tempo, a manterem-se "adolescentes", tiveram pouco eco em Elizabeth Taylor. Ela cedia à vida, cedia aos prazeres da vida, e até aos seus excessos, tendo pago o justo preço por isso: amou, desamou, foi amada, foi desamada, entregou-se à sua arte, entregou-se aos filhos, bebeu demais, tratou-se, gostava do luxo e exibia-o, coleccionava diamantes grandes demais, gostava de casar e teve maridos "demais", esteve doente inúmeras vezes: resumindo, esteve sempre viva! Tão longe de uma vida de smoothies de pepino, bróculo e salsa ao pequeno almoço, de arroz integral ao jantar, e regulares consultas para o botox e enchimentos facias (e não só), as receitas infalíveis para a ilusão de um eterno corpo adolescente e de uma eterna juventude.

24/03/11

Dando Excessivamente Sobre o Mar 57

Vincent van Gogh
The Sea at Les Saintes-Maries-de-la-Mer

Coligação Negativa

Parte 1
Ontem ao fim do dia, o clímax apoteótico da tragicomédia grega a que assistimos vivendo, (ou vivemos assistindo, sei lá!) martelaram-me a cabeça com a expressão “Coligação Negativa”. Eu tenho um problema (coisa que não preocupa ninguém, e ainda bem, porque realmente só valho 1 voto) com frases e expressões feitas à medida do efeito pretendido em laboratório linguístico-comunicacional. Eu não gosto que tentem colar-me no cérebro chavões políticos à força de tanto os repetirem. E pior que isso, não gosto quando tentam à força dar-lhes um significado, um sentido que tenha algum valor político. Porque simplesmente não têm. "Coligação Negativa" sucks (sorry) e já percebi que vamos ouvi-la até doerem os ouvidos.

O que é isso de “coligação negativa”? Qual coligação? Votar um interesse comum (forçar a queda do governo de José Sócrates) é, só por si, uma coligação política? Qualquer coincidência de interesses, por mais momentânea ou esporádica que seja, é uma coligação? E negativa? Que quer isso dizer? Quem decide a escala positivo/negativo? Foi publicada em Diário da República? E se eu (que valho só 1 voto, tal como José Sócrates) disser que a “coligação”, que nem sequer é uma coligação, foi “positiva”? Este “negativa” (tal como o “positiva”) não é um absoluto, mas à força de repetição eles querem tornar essa relatividade num absoluto. Este é o perigo da retórica de JS (e acólitos, claro): em cada frase, da inverdade - para usar palavras Socráticas - fazer “a” verdade. Como se a verdade se fizesse.

Parte 2
Acredito que JS é um obstáculo à resolução dos problemas do país, e gostava que ele se volatilizasse (e fosse tentar ser feliz longe de nós), mas quem acredita nisso acredita no Pai Natal. Ontem à noite, ele fez um bom discurso de início da campanha que ele desejou ter e cujo momento para ter ele decidiu. Forte, determinado e sempre confiante a usar a sua retórica recheada de “inverdades”, isto é mentiras, ditas com a segurança e a firmeza de quem fala verdade. Sócrates ontem estava como peixe na água, e a gostar de lá estar. Passos Coelho nem sabe o que o espera.

Passos Coelho nunca me entusiasmou, nem sequer o desejava como líder da oposição, mas desejo-lhe sinceramente boa sorte pois remover JS do cenário da política nacional é o interesse comum que partilhamos (uma coligação?) pelo menos para já. No entanto PC que se ponha a pau (perdoe-se o plebeísmo). O seu discurso de ontem foi fraco quer no conteúdo, quer na forma. Foi um discurso redondo, "certinho" demais, incapaz de suscitar interesse, a querer dar ares de cavalheiro na política, mas pouco, pouquíssimo convincente. É preciso muito mais para derrotar Sócrates. Temo que PC se arrisca a ser triturado. José Sócrates num instante faz dele um picadinho. Mas o PSD é que sabe... e quando Manuela Ferreira Leite falou de “Política de Verdade” acusaram-na de não saber comunicar. Tentem fugir desse guião (que tem a vantagem de com ele poderem falar verdade) e verão o que sobra, para vós e para nós.

22/03/11

And so it is

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
(Damien Rice aqui)
As mulheres são conhecidas por olharem para um armário cheio de roupa e dizerem “não tenho nada que vestir”. Não sou eu que vou desmentir esse cliché, mas eu padeço também de outro mal: olhar para as estantes cheias de livros e dizer “não tenho nada para ler”. De vez em quando sou apanhada “desprevenida”, quando algo acontece naquele planeamento mental sobre o que quer e vou ler, pois normalmente tenho uma “wish list”. Às vezes, num processo mental qualquer que me escapa, perco-a, e fico a sentir que nada tenho para ler, coisa que fisicamente não é verdade: ainda não li todos os livros que tenho. Os contos são sempre uma tábua de salvação: servem de pausa entre os meus “desejos planeados” de leitura que podem ser vários, contraditórios e a precisar de negociação e distancia para decidir.

Num desses momentos vi-me perante Nouvelles Orientales, uns contos fantásticos de Marguerite Yourcenar com um pano de fundo que vai do Mediterrâneo ao Extremo Oriente. Lembrei que a conheci e li, em francês, muito cedo com uns livros improváveis de que pouco se fala, mas que me fascinaram: Alexis ou le Traité du vain combat, e Le Coup de Grâce (só muito depois li L’Oeuvre au Noir, e depois ainda Mémoires d’Hadrien, por exemplo). Lembrei o fascínio com que li Alexis, uma obra rara de uma extraordinária sensibilidade e profundidade que ainda considero uma pequena obra-prima e talvez a minha primeira abordagem em literatura à homossexualidade. Sempre gostei da densidade e alguma secura da sua narrativa e da sua escrita viril. Estes contos fantásticos não fogem à regra: há sempre uma crueldade visceral e linear, quase que diria natural no sentido de que é assim que é suposto acontecer, que mais cedo ou mais tarde se manifesta e que move as personagens nestes contos fantásticos. E é esse o ingrediente que nos prende, surpreende, arrepia.

21/03/11

Em Flor 30

O Que Nos Espera

O infeliz e patético discurso de Jorge Lacão sobre as incoerências do PSD, (SIC em directo) veio gritar o que nos espera: uma campanha eleitoral. Quarta-feira a crise política atingirá o seu auge e a partir de aí estaremos “oficialmente” em campanha eleitoral (já estamos, mas não é oficial). Sei que não há outra solução, e neste momento nem desejaria que houvesse, para a continuação deste governo, mas vejo com relutância o espectro de mais uma campanha eleitoral. Que vão os partidos dizer? Que podem prometer? Vão vender esperança mostrando a luz ao fundo do túnel na forma de prazos que eles “inventarão” para o fim da crise que será ultrapassada através de umas medidas que ninguém percebe bem quais serão nem que resultado terão. Irão inventar um futuro não demasiado próximo (isso seria de mais) de sol através de abundante retórica e os imprescindíveis paninhos quentes para não assustar os eleitores. (Que saudades do discurso seco e sem marketing comunicacional de Manuela Ferreira Leite vamos ter).

Enfim, teremos o PS, com um inconformado José Sócrates que, apesar da crescente resistência interna, apurará a sua estratégia comunicacional de vitimização, de chantagem e terá a sua fiel esquadra a montar intrigas com timings impecáveis, levantar desconfianças, vasculhar passados, e a descobrir SISAS mal calculadas, e permutas de casas de que desconfiarão. Nunca se deve subestimar José Sócrates e a sua capacidade mobilizadora. Se o PSD fizer isso está perdido. Uma coisa é certa: o PS não se dedicará a descobrir e investigar licenciaturas ao Domingo: isso já é um exclusivo seu.

O PSD armar-se-á da mais fina retórica e tentará passar a imagem de reformador com um comunicação profissionalizada, e muitas, muitas ganas. Todos a posicionarem-se, a tentarem encontrar o seu lugar rapidamente, não vão ficar esquecidos da hora da distribuição do espólio que sobrará finda a guerra eleitoral que provavelmente teremos a curto prazo e que provavelmente lhes trará uma vitória. Aliás uma volta pela blogosfera já nos permite ver esse (re)alinhamento. O CDS cultiva com primor a sua “indispensabilidade” e Paulo Portas (como se viu no congresso deste fim de semana) não contém a sua excitação em “ser governo”, qual criança em vésperas de regresso à escola de mochila nova aos ombros.

Eu gostava de ser poupada a esta desnecessária agitação. Talvez emigrar, ou ler mais, ver mais filmes e séries. Digo eu, sabendo que me irei indignar, irritar, aborrecer, vibrar, desabafar...

17/03/11

Entardecer 20

Hoje

16/03/11

Veja as Diferenças

Entre esta descrição do Portugal real de hoje (fora os problemas sociais), em que se realça as poucas perspectivas de um sustentado crescimento económico:





E a conversa mole e vitimizadora de José Sócrates na entrevista de ontem na SIC, em que os culpados são sempre a crise externa e a oposição. Ele também jurava a pés juntos conhecer o país real.

Esta diferença de abordagem é o espelho do surrealismo em que vivemos. O PSD faz bem em tentar pôr cobro a esta farsa, mas convém nunca subestimar a capacidade de sobrevivência e a ambição políticas de José Sócrates. Pensar e negociar (entre PS, PSD e CDS) de forma séria e exequível um futuro para o país, deveria obrigatoriamente arredar José Sócrates desse cenário. Ele sabe isso e tem-nos a todos reféns. Ignorar estes factos é acreditar em contos de fadas, ou querer meramente brincar às eleições e aos governos. Não basta dizer “Já Basta”.

Adenda:


Ler na íntegra este post de rui a. no Blasfémias.

Também convém não esquecer nunca o tipo de slogans que lemos e ouvimos no sábado último na manifestação da "Geração à Rasca", que encheu as ruas das principais cidades do país e juntou gerações (assim disseram) de gente insatisfeita, que exigia mais e pedia mais do Estado, não lembro de ver slogans a pedir e exigir menos do Estado, a não ser os habituais lugares comuns populistas contra os "ricos" e os políticos. É este o eleitorado que temos.


15/03/11

José Sócrates (o mentor e líder) e o elenco dos seus inefáveis acólitos que constituem este governo socialista de má memória, têm um mérito, há de afirmá-lo claramente: em questões de falta de vergonha conseguem sempre superar as minhas expectativas, coisa nada fácil uma vez que elas nestas matérias são já elevadas, dada a pouca consideração que nutro há muito por essa agremiação. Se não fosse trágico, tinha vontade de rir tal o desplante, falta de respeito pelo dinheiro dos contribuintes e a facilidade com que pensam que somos todos burros.

Asas 6


Hoje

11/03/11

Cara ou Coroa

Já vimos no PEC IV anunciado hoje (e ao que parece sem prévio conhecimento do PR) os resultados práticos da ida de José Sócrates a Berlim, chamado por Angela Merkel, claro, que entretanto vai avisando: “cada país é responsável pelas suas dívidas”. Por cá, os nossos governantes atordoados com os crescentes problemas financeiros comprometem, com medidas desesperadas e cortando a direito (perdoe-se o plebeísmo), cada dia um pouco mais, o crescimento da economia, a importância da política, a estabilidade social. Os mercados vêem um PEC atrás do outro e não se deixam impressionar com mais aumentos de receitas à custa da economia. O retrato, cruel segundo disseram os socialistas, que Cavaco Silva fez do país no seu discurso na tomada de posse, só pecou por ter sido brando. José Sócrates continua obstinado a não querer ver o país que tem para governar, e a não querer ver nem perceber. Foge para a frente utilizando sempre os meios mais fáceis. No entanto não descura nunca a propaganda: enche a agenda de inaugurações e anúncios para uma entidade abstracta que ele crê ser o nosso país, algo que só existe na sua cabeça. E nós vemos que quem o rodeia se presta a esse jogo da cegueira selectiva.

Mas parece, segundo o que lemos por aí, que esta semana a alternativa se chama“geração à rasca”. Deus nos livre! Esta expressão é, só por si, motivo de rejeição de tal "conceito" da minha parte. Mas há mais: nutro cada vez menos simpatia, e tenho cada vez menos paciência por todos aqueles que passados os vinte e poucos anos continuam a achar-se e a chamar-se “jovens” (os que convocam a manifestação dizem-se jovens). É tempo de crescerem, serem adultos, eu sei que o marketing moderno não ajuda, mas há compensações, prometo. Percebam que na vossa idade continuarem a culpar a gerações anteriores dos vossos insucessos fica mal e é claro sinal de imaturidade. Lamentavelmente já não se estranha quase nada num país torpe que se deixa enlear no primeiro entusiasmo demagógico que ouve/vê no facebook - assim como está na moda, (Egipto, e tal), um país que adere a slogans fáceis contra a classe política que querem deitar abaixo (e fica quem?), um país em que a comunicação social se deslumbra com tanta manifestação popular, mas um país onde todos (PM incluído) e cada um, recusam ser responsabilizados. Temos todos (“deolindos” incluídos, ou especialmente incluídos que as abstenções muito se devem a eles) os políticos que elegemos, e em última análise, que merecemos. Resta-me a mim o desabafo (já nem consolo é) "nunca votei neles".
Entretanto em Belém. A vingança parece que se vai servir fria.

10/03/11

Crónica Feminina 7

06/03/11

Revoluções Pacíficas

Aqui ou aqui, mais notícias do país que faz a revolução pacífica; cujos habitantes anseiam a democracia; que usam a palavra liberdade (sempre nos lábios e pronta a usar) em qualquer slogan que inventem; que promovem a tolerância; que defendem a diferencia e onde a mulher tem direitos e tratamento iguais aos do homem, nomeadamente na escolha daqueles com que querem casar. O que está por trás de uma “revolução pacífica” como a do Egípto, mesmo tendo em consideração alguns reais anseios de liberdade e democracia tal como no ocidente as concebemos, é algo muito mais complexo do que nós sabemos e sobretudo do que nós queremos ver e saber.

Para que algumas dúvidas sejam esclarecidas: no Corão 2:221, há todo um ensinamento sobre como não se deve casar e como não se devem casar as filhas (que nunca têm autonomia, e dependem sempre do familiar masculino mais próximo) com infiéis e como é melhor casá-las com um escravo (sim, o Corão fala amplamente sobre os escravos) a casá-la com um infiel. Convém ter presente também que os muçulmanos usam o Corão como base das leis que criam, (daí as dificuldades com a criação de um sistema político secular) dos comportamentos que adoptam. O Corão é tomado à letra, lido como sendo realmente a palavra de Deus revelada ao Profeta. Não há, como noutras religiões, margem para interpretações, para análise do contexto e circunstâncias em que foi escrito, nem sequer do reconhecimento que, porque foi escrito por homens, poderá ter as naturais inconsistências ou visões (quem sabe até alucinações) próprias de quem que escreve. Todas as interpretações são possíveis, nenhuma formalmente validada por uma "igreja" centralizadora. Em última análise o património comum islâmico acaba sempre por ser o que está escrito no Corão; tal qual está escrito.

Coisas que Não se Podem Fazer ao Domingo


Muito Frio e Muita Chuva

Um outro ano que passa e lá vamos nós mais uma vez: uns fazem de conta que nada acontece, e tranquilos em casa evitam televisão - nomeadamente os noticiários que se enchem de reportagens alusivas às festividades - e quando saem evitam alguns centros urbanos; outros fazem de conta que estão no Brasil e que sabem ser brasileiros ou ainda, numa versão mais sofisticada e mais orgulhosamente nacionalista, dizem que fazem reviver tradições (?) antigas. Muito frio e muita chuva são os meus votos para os próximos dias.

02/03/11

Ouvi ontem na TVI José Medeiros Ferreira ironizar um pouco sobre a necessidade de Angela Merkel mostrar, “chamando” José Sócrates a Berlim, alguma “força” ao seu eleitorado em período de eleições que não lhe têm corrido bem. Tem toda a razão, mas para nós o problema é José Sócrates não ter outra escolha que não seja ir - e responder assim ao “chamamento” da senhora Merkel.

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