20/07/07


Portugal vive momentos de esquizofrenia provocados pelo ímpeto legislativo do governo no que respeita a natalidade. Cinco dias depois da entrada em vigor da nova lei que regulamenta a liberalização do aborto, o governo anuncia programa de apoio à natalidade, também ele centrado em subsídios (abonos). Era bom que o governo tivesse uma ideia clara de como quer gastar o nosso dinheiro nesta área: se a promover e subsidiar o aborto ou se a incentivar a natalidade, assumindo que abonos e subsídios preconizados são a melhor forma de incentivar a natalidade – algo que gera um sem número de dúvidas. Enquanto contribuinte sinto-me perplexa e incomodada. Mais uma vez reforço a ideia de que, já que o aborto é liberalizado, quem quer abortar deve assumir a responsabilidade pelo acto que pratica e deve pagá-lo em vez de obrigar a sociedade a fazê-lo. Notícias como esta, em que num hospital se contratam dois obstetras especialmente para o efeito, (fazer abortos, entenda-se) num contexto de SNS em que tantos médicos e profissionais de saúde faltam para tantos outros efeitos que me dispensarei de inumerar, não deixam de revoltar.

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