Um dos problemas de Miguel Relvas é não saber estar calado, não sabia antes, e não soube agora. O que disse ontem soa mal e contraditório. Soa mal essa sua busca do saber (“procura do conhecimento permanente”) que norteia a sua vida; quem assim “norteia” a sua vida, quem procura incessantemente o conhecimento, não se interessa por um título (tão estafado e abusado) de “Dr” que se consegue em tempo recorde e que até confessa não precisar. Bem pelo contrário despreza-o e não procura consegui-lo sem um processo formal de estudo, sem avaliações de professores ou dos seus pares e sem exames. A mais que legítima e louvável “procura do conhecimento permanente” é trabalhosa, não dá tréguas, e no fim (da nossa vida, não do conhecimento), dizem os sábios, pouco ou nada sabemos. Tarefa ingrata, sobretudo para pessoas “mais de fazer do que de falar”, e que mesmo assim falam demais e sem pensar bem no que dizem.
Há quem procure a felicidade, MR diz procurar o saber... e pergunto-me se ele tenta fazer de nós parvos, se saberá a diferença entre dizer que procura e procurar, e até se terá alguma ideia do que é isso de “procura do conhecimento permanente”. Talvez estejamos perante uma situação de ânsia de conhecimento contagiosa e perante um outro candidato, quando finalmente deixar (ou for corrido da) a vida política - algo que mais cedo ou mais tarde inevitavelmente acontecerá - ao estudo em Paris.
Começa a pesar o rasto de Relvas.