Pode ser que haja quem se comova com frases deste calibre,
sobretudo porque foi dita por António Costa, cujo brilho no olhar não escondia estes últimos dias o deleite que o reforçado protagonismo (sebastianismo) lhe dava – uma gentileza criada pelo sempre diligente Pedro Silva Pereira, o símbolo do socratismo (o “passado”, como lhe chamou um Seguro sem pressa que ficou logo apressado) que, para nosso mal, não foi estudar filosofia para lado nenhum. Assim, entre as genuínas hesitações de avançar ou não, e a decisão afinal de nem avançar nem recuar, o PS saiu uns dias do marasmo em que, aparentemente, vivia.
Para quem ainda tem dúvidas, ou comoções, nada como observar em tempo real essa matéria viva e única que é feito um partido político português do centrão.
Por outro lado olhando o PSD, e já nem precisa de ser com atenção como até há pouco – o poder tende a esconder fissuras, vemos também essa mesma matéria a efervescer com o epicentro no Porto. Miguel Veiga, Rui Rio, Rui Moreira, e claro Luís Filipe Menezes com a sua proposta (talhada no tamanho da sua ambição) de fundir os concelhos do Porto e de Gaia. Ora repare-se na presença do Primeiro –ministro nessa cerimónia de alto relevo para a nação que é a
e percebemos que o importante é ter ido ‘lá’, e deixar-se fotografar – assim como não quer a coisa - com Luís Filipe Menezes, a figura central da crise no PSD. Pedro Passos Coelho está na fotografia, uma questão de tranquilizar as estruturas partidárias e mostrar de que lado se está. Aguardemos os próximos capítulos, vai ser interessante esta ‘guerra’ pelas duas câmaras principais do país.
Seguro e o PS de um lado, Passos Coelho e o PSD de outro: os partidos que temos. E nós com cada vez menos vontade de votar neles e de os alimentar.