10/11/07


Porque não te calas?” (diz o Rei de Espanha a Hugo Chavez) é uma frase que veria de bom grado aplicar-se a um vasto número de personalidades, entre elas políticos, mas não só. Não é um convite a que a pessoa se cale, é uma forma de dizer que já não há pachorra para a ouvir, que nada do que diz é interessante, honesto, íntegro ou de boa fé, faz sentido, ou de alguma forma nos estimula, nos ensina e é útil para a sociedade. As horas que se perdem com palavras inúteis, ocas, ofensivas, políticamente correctas e em discursos redondos em que o orador fala para se ouvir a si próprio e que por fim são inevitavelmente aplaudidas é um dos paradoxos (flagelos) actuais. Cimeiras, Forums, Reuniões, Assembleias em que todos falam muito e muito. Uns nada dizem, outros era melhor que nada dissessem, e só uma minoria é digna de ser ouvida com atenção.

O Rei de Espanha foi educado para ser Rei. Foi educado para servir, para servir o seu país, para o defender e para defender o espanhóis. É livre de passagem pelas urnas e por isso não trabalha (não reina) em função de eleições e de ciclos eleitorais. É um homem educado e que tem caracter (ousadia suprema). Diz o que tantos gostariam de poder dizer. Diz o que tantos gostamos de ouvir.

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