
A questão levantada aqui por Pedro Correia parece-me não ser totalmente correcta. Diria, de uma forma simples e genérica, que problema não está nos comentadores; em bom rigor qualquer um pode ser comentador, ou pagos na comunicação social dita “clássica” ou por gosto nos blogues: médicos, futebolistas, top models, engenheiros, politólogos, jornalistas, qualquer um pode ser comentador e veicular a sua leitura da actualidade. O problema parece-me ser o da falta de limite “higiénico” entre o acto de informar e o acto de comentar. O problema é querer fazer passar por informação o que afinal não passa de um comentário, mesmo que contenha alguma informação relevante. O problema é também decidir que muita irrelevância factual é informação. As fronteiras esbatidas propiciam a falta de clareza e de transparência entre informar - que deve ser feito por jornalistas - e comentar. Quem perde é a a sociedade em geral que não dispõe de uma informação verdadeiramente profissional.