25/02/10

Jane Austen

Do mesmo modo que temos os nossos odiozinhos de estimação, também temos os nossos amores de estimação que nutrimos e acarinhamos ao longo dos tempos. Um desses amores é a Jane Austen, uma das mulheres inteligentes com quem convivo regularmente há já muitos e muitos anos. Quem tem a paciência de vir espreitar este blogue e ler o que por aqui se vai escrevendo sabe que gosto de literatura, sobretudo romances e do séc. XIX, já agora. Jane Austen é especial pela sua inteligência (já disse), pela sua forma de ver a sociedade e pelo seu humor: nunca me cansei de a reler, coisa que faço regularmente e, claro, continuo a rir e a comover-me. Sinto até algum embaraço em confessar quantas vezes já li, por exemplo, Orgulho e Preconceito, que é o seu melhor romance. Aquele de que gosto menos, Mansfield Park, já li três vezes. É delicioso o humor de Northanger Abbey e Mr Tilney é o seu herói mais divertido (e cerebral); gosto do amor em Persuation, impossível não gostar de Anne Elliot a sua heroína mais comovente; Emma tem intriga e humor que chegue e sobre e Sense and Sensibility tem de tudo um pouco. Mas a coisa não fica por aqui: tenho várias edições dos seus romances, (alguns dos livros estão já demasiado gastos e compro outro, não vá ficar sem ele!), até traduções para português que nunca li, e finalmente, tenho uma colecção, em VHS e sobretudo em DVD, de todas as adaptações para filme ou televisão que se fizeram dos seus romances desde os anos 70.

Por isso foi com prazer que, depois de o ter visto em A Month in the Country e em Another Country, revejo Colin Firth como Mr. Darcy na famosíssima adaptação de 1995 para televisão de Pride and Predjudice. Mas o tempo passou e Colin Firth hoje, e finalmente em Single Man, despiu de vez a aura de Mr. Darcy que carregou, talvez sem querer, durante demasiado tempo e da qual não conseguia libertar-se. Foi premiado por isso, e para bem da sua carreira, com os prémios já ganhos (BAFTA; Veneza) e a nomeação para o Oscar de Melhor Actor. Nomeada também para o Oscar de Melhor Actriz está a britânica Carey Mulligan pelo seu papel de Jenny no filme An Education. Também ela emergiu numa recente adaptação de 2007 para televisão de Northanger Abbey, em que fez um excelente trabalho - que se destacou - como a loira Isabella Thorpe: uma rapariga sabidona, fútil, falsa e cheia de esquemas que se faz amiga da heroína Catherine. Jane Austen no percurso de ambos.

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