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17/12/11

Ir ao Cinema


A Dívida, revelou-se uma excelente ida ao cinema. Um thriller de espionagem feito com inteligência e imaginação suficientes, um plot com suspense e acção na boa dose, mas sem complicadas teses a provar ou defender, nem ‘statements’ estéticos e simbólicos ‘out of the box’ a obrigar a uma ‘leitura’ ou a um maior envolvimento do espectador. Boa realização, muita acção, mas sem efeitos especiais nem explosões a cada 5 minutos, coisas que me agradam. No entanto os críticos não valorizaram muito um bom filme de entretenimento. Para mim é cinema puro e duro, sem ‘nuances’, sem ‘leituras’, sem ‘paradigmas’.



Outra igualmente boa ida ao cinema foi com Os Idos de Março. Este drama político conta com excelentes representações mesmo (ou até sobretudo) nos papeis secundários, e pude pela primeira vez perceber quem era Ryan Goslyn. É um filme mais subtil que o anterior e vale pelas relações/ligações entre personagens, a teia que se vai tecendo entre sondagens, política de comunicação e a imagem do político. Realização enxuta. Um bom filme também e os críticos gostaram mais do que do anterior. (Eu nunca os percebo).

29/11/10

Duas Surpresas

O Americano” deixou-me entediada. Um filme demasiado pretensioso onde Clooney cumpre de forma eficiente, mas não convincente o seu papel. Sobretudo se nos lembrarmos dos seus papeis em “Nas Nuvens”, ou em “Michael Clayton”, sentimos no filme uma falha. Tanta inacção cansa: o filme é “ light” demais para ser bergmaniano, e contemplativo (só porque a fotografia é excelente, senão nem contemplativo seria) demais para ser um thriller. Os parcos diálogos ou são demasiado banais sem escaparem a clichés batidos ou são irrelevantes para a quantidade de silêncio do filme, isto é, enquanto espectadores acabamos por achar que nem valia a pena quebrar o silêncio. A partir do meio do filme e depois de perceber que era aquele o ritmo e que assim seria até ao final, não parei de olhar para o relógio. Uma desilusão de filme.

Para me vingar de tanto tédio, fui ver (mais como quem faz uma promessa do que por convicção) Imparável. Depois de tanta inacção, suspirei de alívio perante tanta acção e aproveitei cada segundo do filme, porque ele não só tem acção que chegue e sobre, assente num ritmo perfeito sem vazios de nenhum tipo, como é desprovido de pretensões intelectuais, estilísticas ou estéticas com excessos explosivos de efeitos especiais. Resumindo, e com alguma surpresa: um bom filme de Tony Scott que bate aos pontos O Americano de Anton Cobijn.

24/01/10

Up in the Air


“Nas Nuvens” transporta-nos muito pouco para “as nuvens” e muito para um mundo ácido, muito vazio e solitário. Aliás a tradução de “Up in the Air” para “Nas Nuvens” pode prestar-se a algum equívoco, uma vez que “estar nas nuvens” é uma expressão que, em português, descreve uma sensação ou um sentimento de contentamento, algo alheio ao espírito do filme. Já o vi descrito como uma comédia, mas o riso que provoca, se é que o provoca, é amargo e todo o filme tem uma presente, embora nem sempre explícita, dimensão de hostilidade que causa estranheza e incómodo. Algumas cenas deste filme inteligente são memoráveis, as personagens também, a de Clooney (sim, confirma-se mais uma vez: é um excelente actor) e as femininas que são muito bem (re)tratadas e interpretadas, e que expõem a supremacia da imagem, da aparência e da eficiência do mundo que retrata e que, inevitavelmente, cada vez mais nos é familiar. As personagens se por um lado criam esse mundo, por outro vêem-se também, num momento ou noutro, reféns dele. E... O melhor é mesmo ver o filme.

26/03/08

Michael Clayton

Michael Clayton, visto recentemente. George Clooney no seu melhor, sem o charme óbvio de Clooney, mas numa personagem complexa e que prende, um pouco decadente, frustrada, mal amada, com a vida no fio da navalha, mas sempre um sobrevivente. A impressão de inadaptação da personagem percorre o filme tornando-o mais interessante, modulado e mais vivo e menos mecânico e previsível, pois sendo um thriller bem conseguido, bem construido, bem feito e bom de ver, como alguns outros igualmente bem conseguidos, bem construidos, bem feitos e bons de ver faz a diferença por estas nuances das personagens. As interpretações também fazem a diferença. Tilda Swinton, num bom papel de composição, é glaciar e impecável e mereceu o Oscar. Tom Wilkinson também tem um belíssimo trabalho no papel de uma visionário desequilibrado. Anthony Minghella produziu.

11/03/07

Déjà Vu

Nunca me abandonou a sensação de “déjà vu”, ou de um sonho antigo já muito sonhado, ao ver o mais recente filme de Soderbergh “O Bom Alemão”: o preto e branco dos filmes cansados de há muitos anos e de tanto serem vistos, o grão irregular da película, o branco chocante, a música épica, os jogos de sombras nas caras, desde Eisenstein, e que a cor não permite, a mulher fatal dividida entre a sobrevivência e o dever, relegando o amor para um estatuto de luxo dispensável, a boca feminina sempre bem maquilhada lembrando Garbo, as pestanas longas lembrando Dietrich, o jovem que se crê adulto, o adulto que crê, o inocente no meio dos culpados, a luta pela sobrevivência dos que perdem, os jogos de poder de quem ganha, as vítimas que impedem a tranquilidade de todos, o fazer da Cortina de Ferro, os mais altos interesses das Nações, a cena final: o chapéu, o perfil, a subida para o avião. Tudo isto já visto vezes sem conta, esta foi mais uma. E fica a sensação de que foi esta viagem na memória que Sodebergh nos quis dar.

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