“O Americano” deixou-me entediada. Um filme demasiado pretensioso onde Clooney cumpre de forma eficiente, mas não convincente o seu papel. Sobretudo se nos lembrarmos dos seus papeis em “Nas Nuvens”, ou em “Michael Clayton”, sentimos no filme uma falha. Tanta inacção cansa: o filme é “ light” demais para ser bergmaniano, e contemplativo (só porque a fotografia é excelente, senão nem contemplativo seria) demais para ser um thriller. Os parcos diálogos ou são demasiado banais sem escaparem a clichés batidos ou são irrelevantes para a quantidade de silêncio do filme, isto é, enquanto espectadores acabamos por achar que nem valia a pena quebrar o silêncio. A partir do meio do filme e depois de perceber que era aquele o ritmo e que assim seria até ao final, não parei de olhar para o relógio. Uma desilusão de filme.
Para me vingar de tanto tédio, fui ver (mais como quem faz uma promessa do que por convicção) Imparável. Depois de tanta inacção, suspirei de alívio perante tanta acção e aproveitei cada segundo do filme, porque ele não só tem acção que chegue e sobre, assente num ritmo perfeito sem vazios de nenhum tipo, como é desprovido de pretensões intelectuais, estilísticas ou estéticas com excessos explosivos de efeitos especiais. Resumindo, e com alguma surpresa: um bom filme de Tony Scott que bate aos pontos O Americano de Anton Cobijn.