Diz Obama que o melhor está para vir. Será?
(…) (Obama) revelou que descobriu recentemente o “Gangnam style”, a música sensação da “pop” coreana.
“Penso que sei dançar assim. Mas não sei se o baile de investidura será uma boa altura para me lançar [no “Gangnam style”]”, brincou o candidato democrata.
Dance with me, Senate Majority Leader Harry Reid (D-Nev.) said to Republicans.
(ahh, o prazer de escrever "Obama" e "Gangnam Style" num mesmo post).
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (...) E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Mostrar mensagens com a etiqueta Obama. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Obama. Mostrar todas as mensagens
20/11/10
Obama Escrutinado

Nestes dias de escrutínio febril a Obama, quem Obama beija, o que é oferecido a Obama, a forma desportiva como Obama desce as escadas do avião, como é em cada ínfimo detalhe o carro de Obama, quem viu Obama, o cão de Obama, eu também quero deixar o meu contributo à operação “Escrutinar Obama”, um eficaz ersatz para a ausência de ideias e debate político que se vive neste nosso país que não consegue deixar de se inchar com os “eventos”, as coleiras de cortiça para cães presidenciais e a clutch Croco Maya (com um nome desses eu tinha vergonha, mas adiante) oferecida a Hillary Clinton.
Eu já tinha visto Obama assinar (nomeadamente na sua tomada de posse), mas nunca tinha percebido a desilegância do seu gesto e a forma absolutamente anormal de pegar na caneta e de contorcer o pulso (a televisão mostrou a sua mão em primeiro plano). Sim, percebi que era canhoto, mas desde quando ser canhoto é desculpa para seja o que for? Também sei que hoje o acto de escrever não é como era no(s) tempo(s) em que o teclado não fazia parte da vida de cada um de nós - hoje funciona já como um prolongamento do nosso corpo (tal como o telemóvel). No entanto, o acto e gesto de saber pegar numa caneta ou num lápis e de o usar a escrever, e de escrever caracteres harmoniosos faziam parte de uma arte chamada caligrafia. Os professores na primária ensinavam a pegar no lápis. Eu, sei que fui uma excepção, fiz a primária numa escola em que me obrigaram a desenhar as primeiras letras com uma pena e tinta. Depois passei para caneta de tinta permanente e assim fiz toda a primária pois a esferográfica era proibida – política da escola. Era um pesadelo, e eu era desastrada sujando tantas vezes cadernos e trabalhos, mas aprendi a pegar no lápis e essa disciplina e trabalho de contenção e rigor, nunca me prejudicaram. O gesto correcto não é só mera convenção ou bazarrice, é mesmo a forma que permite o mais natural e eficaz manuseamento do lápis/caneta e melhores resultados nomeadamente no desenho. Se um político tem aulas de dicção, "aulas" de estilo, não pode ter aulas de como pegar numa caneta e assinar documentos oficiais em público?

Nas escolas agora não se perde tempo a ensinar a pegar no lápis (a imagem vem daqui, mas uma busca rápida permite ver que opções de imagens e "dicas" não faltam) e vemos gestos tão maus ou piores do que os do Obama, e caligrafias aberrantes. Mais tarde na secundária e na faculdade os professores queixam-se. Mas tanta exigência e disciplina prejudica a livre expressão das criancinhas e a aprendizagem e imposição de regras e de técnicas restringe a liberdade e criatividade. Depois ficam todas a escrever como Obama. Se calhar é isso que querem.
Etiquetas:
Coisas da Vida,
Educação,
Obama
02/11/08
Obama
Porque não sou cidadã norte americana, e porque não sou espectadora atenta, não me sinto à vontade para me pronunciar sobre estas eleições nem os seus candidatos, nem tão pouco sobre as propostas eleitorais de cada um. No entanto com um olho mais ou menos aberto vou seguindo ao longe a disputa eleitoral. Simpatizava com a candidatura de Hillary Clinton, desconhecia McCain e desconfiava da retórica escorreita e da lisura de Obama. Continuo a sentir que desconheço McCain e a desconfiar da fluidez de Obama e da eficácia com que colou o seu slogan “change” (o que é isso mesmo?) a todos, dentro e fora dos EUA. Dizem as sondagens que Obama está claramente à frente e que será o futuro presidente dos Estados Unidos.
Se assim for, e independentemente de Obama himself, não deixo de ficar comovida com a ideia de um presidente de cor nos EUA. Eu sei que ele é de uma cor “diferente” da cor negra dos Afro-Americanos descendentes de escravos, eu sei que ele tem feições “caucasianas” e um percurso de “branco”, também sei que a cor não deveria ser importante, mas mais forte do que todas essas certezas é a de que um homem de cor na presidência dos EUA é algo de extraordinariamente revelador da forma como a América tem sabido integrar os seus imigrantes e de como eles têm sido ao longo dos tempos e ainda são, parte estruturante do seu tecido social. É também a ilustração fiel de que tudo é possível nesse “american way of life”. Esta sim é uma lição para o mundo e para uma Europa arrogante onde se tolera tanto a diferença em belos discursos ideológicos cheios de culpa e complacência, mas onde a mentalidade é tão pouco propícia a uma eficaz integração e aceitação da diferença.
Se assim for, e independentemente de Obama himself, não deixo de ficar comovida com a ideia de um presidente de cor nos EUA. Eu sei que ele é de uma cor “diferente” da cor negra dos Afro-Americanos descendentes de escravos, eu sei que ele tem feições “caucasianas” e um percurso de “branco”, também sei que a cor não deveria ser importante, mas mais forte do que todas essas certezas é a de que um homem de cor na presidência dos EUA é algo de extraordinariamente revelador da forma como a América tem sabido integrar os seus imigrantes e de como eles têm sido ao longo dos tempos e ainda são, parte estruturante do seu tecido social. É também a ilustração fiel de que tudo é possível nesse “american way of life”. Esta sim é uma lição para o mundo e para uma Europa arrogante onde se tolera tanto a diferença em belos discursos ideológicos cheios de culpa e complacência, mas onde a mentalidade é tão pouco propícia a uma eficaz integração e aceitação da diferença.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo do blogue
Acerca de mim
- jcd
- temposevontades(at)gmail.com