No “Dia Europeu sem Carros”, José Sócrates vai de metro à Feira da Tecnologia e Inovação na FIL. Determinado, sabia o preço do bilhete respondendo prontamente aos jornalistas sobre essa questão. Já outras questões não quis comentar nem responder. Com o seu ar alheado (tanto alheamento, e recusa do real, não poderá começar a ser patológico?) e com o usual optimismo que veste todos os dias para “puxar sozinho pelas energias do país” (cito de cor a sua já célebre expressão), ligou a cassete naquela parte da tecnologia e energia, um “sector optimista”, como o ouvi dizer na televisão, e fundamental para a recuperação económica do país. Num dia como o de hoje ( e como se não tivéssemos dado mais um passo a caminho da bancarrota) passou lá a manhã. Nada mais importante do que saber se os meninos têm o Magalhães ou experimentar novos gadgets do “Portugal Tecnológico”.
Cada dia se torna mais evidente o vazio do governo, o vazio da política nacional, o vazio e a farsa que é a esperança que nos impingem à força: com discursos repetidos (quais lavagens ao cérebro), retórica indignada, vitimização, propaganda e constante campanha eleitoral como se amanhã tivéssemos eleições. E cada dia que passa o rei vai um pouco mais nu, ainda. Será que os livros que José Sócrates lê nas férias (de acordo com as fotografias publicadas) não servem para nada?