Considero inaceitável a forma com que a Alemanha lidou com a crise E. Coli. Sem exames científicos que o comprovassem apontaram o dedo aos pepinos espanhóis tendo criado um movimento de rejeição aos legumes frescos espanhóis – ao qual Portugal não escapou – nomeadamente pepinos e tomates que terá custos elevadíssimos. Quer a Espanha quer Portugal têm já problemas que cheguem, e o que menos precisavam era que a Alemanha, levianamente, (ou haverá uma ‘agenda oculta’?) tivesse apontado o dedo aos produtos espanhóis criando uma onda de pânico que afastou os consumidores desses produtos. Confesso que nunca percebi o porquê de, estando a epidemia (e infelizmente mortes) localizada no norte da Alemanha, ou em pessoas que lá tenham estado, se culparem tão prontamente os pepinos espanhóis. Presumo que os ditos pepinos sejam consumidos noutros locais e noutros países que não o norte da Alemanha. Com que autoridade e como é que se faz uma acusação destas? Ninguém levanta esta questão? Hoje já se dizia, para depois desdizer que eram rebentos de soja de uma quinta perto de Hamburgo. Não era melhor calarem-se, antes de ter certezas?
A origem da epidemia não está ainda determinada, mas a UE já diz que proporá compensações financeiras para os produtores afectados pela crise de confiança dos consumidores. Apetece perguntar: não deveria ser a Alemanha a pagar?