Tenho ouvido esta frase de cada vez que a comunicação social se refere ao caso da pequena Esmeralda e do sargento Luís Gomes condenado a seis anos de prisão. Mas curiosamente, o que não tenho percebido é de que divisão do país está implícita na frase, pois o país, neste caso, parece-me falar praticamente em uníssono: não vejo divisões nem em função do sexo de quem opina, não percebo diferenças em função das escolhas político-partidárias. A classe social também parece irrelevante e até o grau de literacia não é relevante. Até agora só ouvi uma voz dissonante: a da Associação Sindical dos Juízes que se reclama conhecedora de factos relevantes que a comunicação social ignora na sua missão de (in)formar a opinião pública. Os factos relevantes prendem-se com os aspectos processuais quer do processo de Regulação de Poder Paternal, quer do Processo Crime no qual o Sargento Luís Gomes foi condenado. Fica demonstrado que os Juízes vivem num mundo diferente do mundo em que vive o restante país que fala sobretudo de outro tipo de factos (irrelevantes, claro) como o bem estar de Esmeralda, o futuro de Esmeralda, o amor daqueles que têm sido de facto os seus Pais, o Pai biológico que só depois de ser obrigado a fazer um teste de DNA se lembrou que seria interessante ser Pai, enfim o país fala de si mesmo uma vez que insiste em manter durante anos crianças em lares e outras instituições deixando-os sem o carinho de um lar e deixando sem filhos tantos casais que querem adoptar.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (...) E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
20/01/07
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