22/11/10


Na National Gallery em Londres. Um museu de entrada livre e (paradoxo) sem demoras para entrar como as que encontramos noutros museus em que se paga o acesso (Louvre, Prado, Uffizi, aqueles em que mais tempo perdi para entrar). A National Gallery é um museu muito "informal" e muito acolhedor, sem imponências ou multidões intimidantes onde se anda com facilidade entre salas, entrando, saindo, voltando a entrar e demorar o tempo que se quer onde se quer. Mais uma vez pude ver turmas inteiras de crianças e jovens com os respectivos professores a explorar o museu, a discutir as obras e a desenhar ou pintar empenhadamente, sentados ou deitados no chão. Por curiosidade olhei para os desenhos de muitos deles e, não sendo competente para avaliar como o são os professores, fiquei admirada com a expressividade e movimento de muitos dos desenhos, e o entusiasmo com que as crianças os faziam e mostravam aos professores.

Na National Gallery mata-se a fome (sim, fome é uma boa palavra), nas salas do séc. XIX, dos "românticos ingleses": de Thomas Gainsborough e dos seus retratos, dos céus de Constable e claro, da forma única de captar a luz de Turner. Estes pintores são presenças assíduas neste blogue e foi com renovado gosto que os revi.

Pagando, é possível, até 16 de Janeiro, ver uma exposição intitulada Canaletto and His Rivals, onde o olhar ao longe se repousa na harmonia das proporções, na simetria que se insinua, no rigor arquitectónico, e ao perto se perde na evidência do perfeccionismo, na surpresa das expressões, no insólito do detalhe, na abundância. Puro prazer.

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