In some of my former novels, the object proposed has been to trace the influence of circumstances upon character. In the present story I have reversed the process. The attempt made, here, is to trace the influence of character on circunstances. The conduct pursue, under a sudden emergency, by a young girl, supplies the foundation on which I have built this book.
É com estas palavras do início do seu prefácio a “The Moonstone” que Wilkie Collins define o romance por oposição a “The Woman in White”, hoje o seu mais conhecido e aclamado romance, uma longa obra de intriga, mistério e suspense e um dos grandes romances vitorianos, lido e relido.
Andava há já muito, com curiosidade de ler “The Moonstone”, o seu outro famoso romance, sobretudo porque o caracterizam como um precursor das histórias policiais. Fi-lo recentemente e senti, coisa rara, o romance como demasiado longo (600 páginas de letra pequena). Senti que se repetia, se explicava e se alongava em demasia, algo que por vezes me fazia perder o ritmo da leitura. No entanto a intriga e o mistério estão lá, o enredo é complexo, vivo, ousado e as personagens não ficam atrás em complexidade e interesse e, para dar o cunho “policial” ao romance temos um astuto detective da polícia a contribuir para a resolução do caso. O uso de drogas com a finalidade de manipular comportamentos surge como uma ousadia e a narração, feita através de várias personagens, ajuda também a dar corpo a uma certa “modernidade” que se respira neste romance publicado em 1868. A "young girl" que Collins refere no excerto do prefácio acima transcrito, não desilude, e mais uma vez pensamos em como era curta a juventude nos séculos (e décadas) que nos precederam, em como aos 18 anos já se era dono de si e tantas vezes de uma fortuna, de um destino, e de responsabilidades para consigo e com os outros que de si dependem, e pensamos em como hoje todos teimam em prolongar a juventude e a desresponsabilização, mas isso é outro assunto. "Moonstone" é um bom romance, haja em nós alguma determinação para ler e acabar, e paciência com os excessos narrativos e descritivos.