15/12/10

O que Sempre Sobra

Confesso-me num período de pouco interesse, bem como poucas tentativas de me manter informada, na actualidade portuguesa ou não, tão má ela é. Fica no entanto alguma espuma sobre o mundo que, tal como o conhecíamos, caminha para um local estranho que não se sabe bem se é um abismo. Nota-se um impasse generalizado cá e lá e nada de bom parece se avizinhar, não há messias à vista nem políticos (e gentes) em quem consigamos confiar. As expectativas são baixas e o optimismo para 2011 é um exclusivo de José Sócrates e de outros líderes feitos do mesmo barro.

Sobra, o que sempre vai sobrando, e a que alguém chamava há muitos anos justificando os muitos filhos que tinha: “o teatrinho dos pobres”. Neste caso serão mais pobres de espírito, mas correndo o sério risco de pobreza tout court. Como ia dizendo, sobra algum sexo que anda a entreter os jornais (e as gentes) pelo mundo fora. Desta vez não é um presidente americano, ou candidato a; desta vez não é na Casa Branca, é um Australiano na Suécia com duas mulheres suecas. Não se discute se há ou não uma relação sexual, discute-se o ser “sexo de surpresa” ou não. E há quem leve isto a sério, e prenda ou liberte alguém com base na discussão deste conceito (juntamente, ao que parece, com o uso ou não de preservativos), sem que ninguém tenha coragem de dizer ”ao que vem” e que acusação quer fazer. Demasiada metafísica para mim.

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