Aqui, no tolerante, bem pensante e, (creio não exagerar), plácido mundo ocidental, temos passado anos a debater a quadratura do círculo, ou o sexo dos anjos ou seja lá o que se quiser chamar, sob a forma de burka e locais apropriados ou não para a tolerar quando usada por mulheres muçulmanas. No meio do debate fala-se também em liberdades individuais, enche-se a boca com os direitos das minorias e prega-se a tolerância. Lá, no menos plácido, raramente bem pensante, e de facto pouco tolerante islão, assistimos dia após dia em países como o Iraque, o Paquistão, ou o Egípto à constante discriminação, à perseguição e ao massacre de cristãos.
O coro mantém-se calado, a tragédia desenrola-se e adensa-se perante um público indiferente: essas minorias incómodas no islão que são os cristãos (uma maioria papista, imagine-se), não merecem lágrima nem comoção, nem tão pouco uma breve referência às liberdades individuais ou à tolerância.
Nada de novo na frente ocidental: um dia, num tempo que espero não seja próximo (e já agora que não o meu), provavelmente acabaremos pelas nossas próprias mãos com a boca cheia das “liberdades individuais” e o coração tolerante. Há maneiras piores de acabar, dir-me-ão.