Ted, um filme em que se perde o olhar inocente que ainda conseguimos ir mantendo perante um urso de peluche. Mas a coisa poderia ter corrido melhor – dessacralizar ursos de peluche, não é necessariamente uma má ideia, mas persistir naquela comédia de costumes (predominantemente ‘masculina’, mas que também já atinge o universo ‘feminino’) em que a adolescência se prolonga, quais pilhas Duracell, teimosamente para lá do normal e desejável, já cansa. Pelo menos cansa-me a mim, que deixei a adolescência faz muito. Também me cansa a constante que são as piadas escatológicas: é xixicócó (estou a ser branda, como saberá quem viu o filme) em variantes e tonalidades diversas a mais. Abram a janela, deixem entrar ar! Lamentavelmente, uma boa ideia que poderia ter dado um bom filme, mas não deu.
Trouble With The Curve (Voltas da Vida, é uma tradução redutora), filme não realizado por Clint Eastwood, começa com um diálogo inesquecível que imediatamente nos reconcilia com o melhor (de) “Clint Eastwood”, essa personagem temperamental, de mal com a vida, zangado, teimoso que não gosta de envelhecer. Pensamos Grand Torino, e está-se bem... O filme prossegue, as personagens desenham-se, as situações desenrolam-se; os actores cumprem a sua missão, (Amy Adams é uma actriz muito sólida), a narrativa flui com interesse, o filme é bom... mas nunca nos leva onde gostaríamos de ter ido, sentimos que ficam ainda locais por explorar nos recantos das personagens. Fica um sentimento de frustração por se ter visto um filme bom, quando pensamos que se poderia ter visto um filme muito bom.