Numa engraçada metáfora do João Távora no Corta-Fitas a propósito do "erro" Fernando Nobre (*) cometido pela direcção do PSD que julga assim poder ver os “charters de votos a chegar”, continuamos a ver o PSD de golpada em golpada (no sentido mediático da palavra) a perder, cada vez um pouco mais, a sua credibilidade. Fernando Nobre já é “mau” (porque volátil politicamente, porque pomposamente selfrighteous, entre outras coisas), para encabeçar a lista de deputados de qualquer distrito, mas ser anunciado como “candidato” a Presidente da Assembleia da República agora e nestas circunstâncias - ter sido candidato a PR, nunca ter estado no Parlamento, por exemplo e entre outras - roça a insanidade.
Neste momento o PSD, é uma máquina partidária mais do que um partido. Para ser um partido sério de alternativa ao inqualificável desastre “Sócrates” que nos trouxe de anúncio em anúncio, de propaganda em propaganda, onde trouxe, isto é à bancarrota, precisa de sentido de estado, seriedade, maturidade política, sobriedade, organização, propósito e disciplina. Tudo isto tem faltado. E eu, lamentavelmente, começo a sentir que me faltam motivos para, em consciência, votar no PSD como alternativa a José Sócrates.
(*) Numa altura em que todos fazem prognósticos eu arrisco um: ainda ouviremos falar da fábula do sapo e do escorpião...