Acorda-se na sala de recobro do que parece ser uma viagem ao fundo do fundo da anestesia, estranham-se as luzes (ai, se o ambiente médico fosse minimamente ‘user friendly’ as salas de recobro tinham luzes suaves), só depois se tenta perceber quem se é e não é; lembrar porque se está ali - a memória preguiçosa; mas a enfermeira solicita, eficiente, e doce diz contente: “ganhámos 3-2!” Num instante ‘ser ou não ser’ já não importa, e a vida faz-se real.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (...) E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
14/06/12
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