20/05/11

Impressionaram as primeiras reacções de vários dirigentes franceses e europeus à prisão de Strauss-Kahn: indiferentes à hipótese do crime, mas chocadíssimos com as imagens do rei Strauss-Kahn tratado como cidadão comum. Tratou-se de um reflexo condicionado de dirigentes de um país aristocrático em que as leis e a justiça defendem a casta dirigente, como antes de 1789. (...) Por vontade da elite de França, não só as imagens seriam censuradas, como Strauss-Kahn não seria algemado, nem sequer acusado na justiça.

Eduardo Cintra Torres, Público de hoje (sem link directo)

E, já agora não saindo de França, ninguém lá (ou cá) se indigna com este caso? Ninguém se indigna com a indignação do 'puro' e 'virginal' ministro francês da Cultura Frédéric Mitterand? Ninguém defende a liberdade de expressão de Lars von Trier, cineasta provocador, que era ontem um acarinhado herói da cultura cinematográfica? Ninguém nota a duplicidade de tratamento dada a uma "esquerda" politicamente correcta e a uma "direita" nada politicamente correcta? Ninguém se indigna com a tolerância e desprezo perante a possibilidade de crime sexual e a falta de tolerância perante uma opinião?

Estranho mundo este.

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