29/02/12

Da Irrelevância

Ainda não aconteceu uma única vez, desde que António José Seguro é secretário-geral do PS, eu ter sentido um átomo de curiosidade sobre como é que ele termina uma frase que o ouvi começar, como desenvolve uma ideia, como continua e acaba um discurso. Nunca senti um átomo de curiosidade sobre o que é que ele pensa, sobre os seus projectos políticos, se é que ele os tem. Nunca sequer levantei os olhos para olhar para ele e o ver. 

Um dia quando algum académico na área da ciência política quiser fazer uma investigação sobre o papel da irrelevância em política, só terá que seguir os passos e as intervenções de António José Seguro nos últimos meses. Como esta, que nada acrescenta nem diminui, que não se percebe bem nem o ‘porquê’ nem o ‘para quê’, e na qual não se encontra uma ideia digna do nome, há muitas e creio que suficientes para um tratado sobre a irrelevância política ou então, digo-o numa nota mais optimista mas pouco convicta, lamento – é toda uma arte de se misturar e esbater no pano de fundo do momento, sem chamar a atenção, sem criar ondas, enquanto espera pelo ‘seu’ momento. Mas para isso era preciso que existisse, politicamente, claro.

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